Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho around the world

welcome to our World!

Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho pelo Mundo

Bem-vindo a bordo!

Cascalho around the World

The best blue!

Bem-vindo a bordo do Cascalho pelo Mundo

Foi logo que começamos a namorar... queríamos viver a vida mais intensamente e dar asas a uma paixão comum: viajar e conhecer os quatro cantos do mundo. E decidimos que faríamos isso a bordo de um veleiro e, mais ainda, que buscaríamos este veleiro na Itália. Com 600 euros no bolso, partimos. Durante muitos anos na Itália, trabalhamos para juntar dinheiro e depois, começamos a procurar o barco que viria a ser a nossa casa... quando encontramos o Cascalho, não tivemos dúvidas... era ele !!! Tínhamos encontrado a nossa casa. Não precisávamos mais sonhar esta parte. A partir daí, foi só viver o sonho, dar ao nosso barco-casa a nossa cara e com ele viver a vela pelos quatro cantos do mundo. Exatamente como tínhamos sonhado...

Momentos...

Nosso cantinho... feito a mão!!!
Casa - Lulu Santos  

Armação do Itapocoroy - Estamos em casa!!!

O Itacolomi à popa do Cascalho.
A Nina...
O Fernando e a Doceli...
Em águas tranquilas!
As bateiras do Cascalho.
A coroa onde se encalhavam as baleias e o Cascalho - no Cascalho!
Pescaria...
...ao por do sol!
A Capelinha de São João Batista, no ponto mais alto do morro.
A capelinha... na contra luz do nascer do sol.
A Armação do Itapocoroy.
A Prainha do Cascalho.
Rotina...
Nosso primeiro veleiro!!!
A Praia Grande.
O Trapiche.
Armação do Itapocoroy, vista do Trapiche.
Petisqueira do Alírio.

05 de janeiro de 2013
Latitude 26°47'35"S e Longitude 048°36"30"W
17:30h

E naquele momento, esquecemos de tudo. Nossos olhos se moviam rapidamente entre a Ponta da Vigia, o Trapiche e a Prainha do Cascalho. Difícil coordenar as emoções, o coração batia muito forte e sobressaltado, faltando espaço no peito... 60 dias de viagem, de Roma até este cantinho. A consumação da nossa vitória, o nosso sonho realizado. Recolhemos as velas, jogamos a âncora, desligamos os motores. O Cascalho finalmente chegou ao Cascalho. Descanso merecido para o gigante bravo que, na sua primeira viagem além do Mediterrâneo, elegantemente navegou quase 6.000 milhas náuticas. Para nós, ainda tem mais uma viagem... os quatrocentos metros , os mais longos, que nos separam do chapéu de sol. Ganhamos carona: a Sheila e o Valcir, primeiros a apertar nossas mãos e abraços, nos conduziram brilhante e triunfalmente até ele. Lá, exatamente como há muito tempo nos dizia, estava sentada a Nina - mãe do comandante, a nos esperar. "Parece um sonho", ela dizia. Fernando e Doceli, pais da Mauriane, não puderam nos ver chegar. Chegamos um dia antes. Eles, no dia e hora marcada. E, foi só quando abraçamos estas três figurinhas que entendemos o verdadeiro sentido da palavra saudade. Eles, que são a base da nossa história. Realizamos o nosso sonho mas, de nada adiantaria se não voltássemos para casa para dividir a nossa alegria com eles. Para que a nossa alegria também fosse deles.


Neste cantinho, berço dos índios carijós, onde mais tarde se estabeleceram muitos açorianos que procuravam novos locais para a caça e beneficiamento de baleia, tornando-o uma das maiores armações baleeiras do Sul do Brasil. No século XIX, a caça da baleia foi substituída pela pesca artesanal e, até hoje, os pescadores locais deixam as suas embarcações neste pedaço da praia com cerca de 800 metros, protegida dos ventos e de mar muito calmo. O trapiche completa o cenário. Cartão postal.

A Capelinha de São João Batista, que do alto do morro guarda todas as embarcações, foi construída em 1759, com óleo de baleia na sua estrutura. A imagem do padroeiro, que veio de Portugal, é venerada há quase 200 anos no seu altar. Do alto da Ponta da Vigia, ponto utilizado pelos baleeiros para avistar as baleias, uma visão deslumbrante da cidade: a longa Praia da Armação; a Ilha Feia, distante apenas alguns minutos da costa e privilegiada pelas suas belezas naturais como a Gruta do Diabo, quase inexplorada; o Farol e a Praia Grande, a preferida dos surfistas e pelos amantes de águas cristalinas e areias claras. Do alto da ponta também se pode acompanhar o ir e vir dos pescadores, com todos os seus apetrechos de pesca ou apenas catando marisco nas pedras, e até aqueles que arrastam as suas redes de camarão a apenas 500 metros da praia. 

Na gastronomia, a herança da cozinha típica portuguesa e os frutos do mar são o ponto alto. Na Petisqueira do Alírio, além da excelente cozinha, da varanda aberta para o mar pode-se avistar o ancoradouro dos barcos de pesca, tartarugas nadando tranquilamente e desfrutar do mais belo por do sol. Esse é o nosso cantinho!!!

Momentos...

Primeiro entardecer do Cascalho no Cascalho!!!
♫ A nossa casa - Arnaldo Antunes

Última perna antes do nosso porto...

O azul e o céu e o mar...
Troca de óleo... ossos do ofício!
Difícil não é estar lá...
...difícil foi fazer ele chegar lá!!! 20 metros de altura!!!
Por um fio...
Tudo em ordem, podemos partir.
E Armação de Búzios vai ficando para trás...
No comando.
Muitos navios de cruzeiro.
Na medida para dois.
Almoço garantido!
Navegação tranquila.
O farol de Cabo Frio.
E depois da tempestade... a bela Ilha Bela...
...com sua cachoeiras...
...casas, canhão e barcos.
Um douradão...
...o maior de toda a viagem.
Prato feito.
Alcatrazes.
Dia cinza.
Nossos fiéis companheiros... compartilhando a alegria.
Último entardecer...
DTW: 100 milhas náuticas.
Bom dia cinco de janeiro!!!
Lá do alto... agora bem perto!!!
E as velas são baixadas... quase seis mil milhas náuticas... é hora de descansar!!!

02 de janeiro de 2013
Latitude 22°29'59"S e Longitude 041°54'18"W
08:15h

Ansiedade enorme apertando o peito mas a felicidade também é imensa. Pouco mais de 400 milhas náuticas nos separam de casa. Só isso! Marcamos dia e hora para chegar: domingo, seis de janeiro, entre nove horas da manhã e meio dia.

Hora de dizer "adeus" a este paraíso. Chegou então a hora de levantar âncora e partir... não sem antes trocar o óleo dos motores e consertar a adriça da vela grande que estava por um fio. Ainda pudemos aproveitar o mesmo cabo, pois o problema estava bem no topo do mastro. Bastou cortar um pequeno pedaço e refazer o nó. Tudo em ordem... vamos navegar!

8:15h - ligamos os motores e recolhemos a âncora, saímos da baía e rumamos para a nossa armação. Rota direta. Vento bom, mar bom e, menos de uma hora depois, o molinete nos avisa que tem peixe na linha. Um atum na medida certa para dois. Almoço garantido. Continuamos navegando tranquilamente e logo passamos o Cabo Frio. Uma estranha névoa tomava conta do ar, deixando tudo como se estivéssemos iluminados por uma imensa lâmpada de tungstênio. Pré-anúncio do que estava chegando... o mar aos poucos foi engrossando e o vento mudando de direção. Por volta das dez horas da noite, quando estávamos de través com o Rio de Janeiro, o caos já tomava conta da situação: muitas ondas, tudo bem que não eram tão grandes, mas que vinham de todas as direções e vento quase na cara, começaram a nos judiar muito e seguiram assim por muito tempo. Navegamos a noite toda nessa situação. Ao amanhecer, decidimos alterar nossa rota e rumar para Ilha Bela, afinal não tínhamos certeza do que encontraríamos pela frente. A previsão do tempo não nos mostrava nada disso. O dia continuou exatamente igual. Pancadaria. No final da tarde, depois de já termos cruzado a linha imaginária do Trópico de Capricórnio, na altura da latitude 23°26'16"S e ter portanto, saído da zona tropical do planeta, as coisas começaram a se acalmar, pois tínhamos o embate da Ilha Bela nos protegendo do vento. Entramos no Canal de São Sebastião e, exatamente as 19:00h nos amarramos a boia do Iate Clube de Ilha Bela. Sãos e salvos. Nós e o Cascalho. Mas, muito cansados. Nós muito mais do que o Cascalho. Ficamos aqui somente o tempo necessário para que o mau tempo saísse da nossa frente... apenas doze horas. Nem saímos do barco, queríamos apenas descansar.

O dia seguinte amanheceu chuvoso. Mas as condições de navegação deveriam ser melhores. Nos preparamos e partimos com a previsão de ter que motorar muito. Surpresa ao deixar o canal: ventos de 15 a 20 nós vindos de alheta e as queridas ondas do Atlântico. Motores desligados, velas ao vento e o Cascalho surfando maravilhosamente bem cada uma delas. Linha n-água e, mais uma surpresa: o maior peixe de toda a viagem. Um dourado de mais de 20 quilos e quase do tamanho do capitão. Levou 300 metros de linha e tomou quase uma hora de trabalho exaustivo para embarcá-lo. Logo virou almoço. E todo o resto iria para a casa da Nina - mãe do capitão. Vai ter peixada em família.

Deixamos a Ilha de Alcatrazes para trás. A navegação agora sim, segue tranquila e, apesar do tempo cinza,o tempo parece estar melhorando lá no Sul. A vontade de chegar logo ao último waypoint destes 60 dias de viagem é tão grande que decidimos usar os motores. Aceleramos... Nosso último fim de tarde no mar foi marcado pela presença de muitos golfinhos e um entardecer que nos mostrava que o dia seguinte seria azul. A noite foi escura, iluminada apenas pela tímida luz da lua minguante que prateava o nosso caminho. Golfinhos nos acompanharam a noite toda, desde São Paulo, passando pelo Paraná e chegando a Santa Catarina. As 04:00h da manhã ainda faltavam 100 milhas náuticas para o nosso destino.

Nem sentimos o dia passar. Quando, finalmente, no horizonte se descortinou o Morro do Pires e, logo depois as duas pedras que formam a Ilha Itacolomi, chamada carinhosamente pelos pescadores da região de "as mamica da Custódia", entendemos que estávamos chegando... nossos olhares se fixaram naqueles pontos e, três horas mais tarde, nossa âncora foi jogada ao mar na Armação do Itapocoroy.

Momentos...

E que venha 2013...tim-tim!!!

Reveillon em Búzios

Cascalho em Búzios.
Praia dos Ossos.
Praia da Armação...
...emaranhado de barcos.
No alto do morro.
Símbolo de fé.
O comandante e o presidente.
Três pescadores.
Ou quatro... na baixa maré.
Ceninha...com a Brigitte Bardot.
Ajudinha.
Vizinhos.
Love love love.
Flamboyant, a flor do paraíso.
Na Orla Bardot...
...ou na Rua das Pedras...
...tudo e todos vão se preparando para a festa.
Nos divertimos em Búzios.
Virada...
Ano novo...
Novo ano...
Festa... Reveillon !!!

31 de dezembro de 2012
Latitude 22°29'59"S e Longitude 041°54'18"W
14:00h

2012 para 2013... virada... reveillon... despertar... ano novo... novo ano... Festa comemorada desde o ano 46 a.C., quando o Imperador Romano Júlio César fixou o dia primeiro de janeiro como o Dia do Ano Novo. Esse dia era dedicado ao Deus Pagão Jano, o Deus dos Portões, que tinha duas faces, uma voltada para frente visualizando o futuro e, a outra para trás, guardando o passado. De Jano também deriva Janeiro, o nome do primeiro mes de cada ano.

Nesta pequena península com 8 km de extensão e 23 praias, que recebe correntes marítimas do Equador e do Pólo Sul, tendo assim praias de água morna e outras com água gelada, conhecida como Armação de Búzios ou, simplesmente Búzios, amarramos o nosso Cascalho numa das boias do Iate Clube Armação de Búzios a espera da festa da virada. Nesta armação, antiga pacata vila de pescadores, também se caçavam baleias para a extração do óleo que iluminava a cidade do Rio de Janeiro. Seus ossos eram enterrados ao lado da Praia da Armação, dando origem ao nome de uma das suas mais famosas praias: a Praia dos Ossos. Dois pedacinhos da península que muito nos lembram a outra armação... a do Itapocoróy, lá em Santa Catarina. A nossa. Já que nao conseguimos estar lá, este é o nosso lugar. 

A pacata vila de pescadores deu lugar a Saint-Tropez Brasileira. Muito antes de Brigitte Bardot, a família alemã de Eugene Hanold, que aqui se instalou para plantar bananas, começou a espalhar notícias sobre a beleza do lugar, mas foi quando a atriz francesa refugiou-se por aqui, que o mundo também voltou seus olhos para ela. A cidade se modernizou de uma forma retrô, conservando a sua antiga arquitetura. A Orla Bardot, a Rua das Pedras e points dos mais badalados do mundo colocam, lado a lado, todos os personagens da sua história, desde os pescadores até o Presidente Juscelino Kubitschek.

O mar e a cidade, a natureza e a modernidade, o passado e o presente convivem na mais profunda harmonia e integração. E, foi nesse cenário deslumbrante que brindamos a chegada de 2013. Decidimos fazê-lo a bordo. Só nos dois. Um momento só nosso. O primeiro de muitos, depois do nosso sonho realizado.

Happy New Year!!!
Tim-tim!!!